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Texto: Ana Carolina Giarrante

Portal Nacional da Saúde | Unimed

Você sabia que ao realizar radiografias e tomografias, principalmente na infância, estamos expostos a grandes quantidades de radiação, o que pode provocar dano celular?

Monica Bernardo, radiologista da Unimed Sorocaba e mestranda da PUC-SP, explica que esse dano pode ser irreversível, causando lesões celulares, principalmente em crianças – que possuem três vezes mais sensibilidade aos efeitos desses exames.

Para se ter uma ideia, uma radiografia frontal simples corresponde a um dia inteiro de radiação natural*; uma tomografia no crânio, a oito meses; e uma tomografia de abdome a 20 meses. Além disso, a dose de radiação se multiplica de acordo com o número de execuções desses procedimentos.

“Atualmente, a radiação de pequenas doses repetidas está sendo proporcionalmente comparada ao efeito da bomba de Hiroshima. Apesar de haver parâmetros, o efeito depende de cada indivíduo. De qualquer modo, esses exames devem ser usados com cautela, avaliando o risco-benefício da sua indicação”, diz a especialista.

Segundo ela, os efeitos das radiografias e tomografias podem provocar catarata precoce, radiodermite e aumento na incidência de câncer. “Trabalhos internacionais evidenciam aumento de tumores de partes moles, como melanoma, tumores da tireoide, tumores do sistema linfático, linfoma e tumores do sistema nervoso central”, acrescenta.

Monica conta que, em 2008, o Colégio Americano de Radiologia e a Sociedade Americana de Pediatria deram início a Image Gently, uma campanha mundial de conscientização dos efeitos radiológicos. Essa iniciativa – que possui estudos, protocolos de execução de exames e protocolos de indicação dos exames – está sendo implantada no Hospital Unimed em Sorocaba, interior de São Paulo.

“Reduzimos a quantidade de tomografia inicialmente em crânio na criança e, depois, nos demais exames. Além disso, realizamos – e ainda estamos realizando – treinamento e conscientização da equipe técnica e colaboradores. Técnicos de radiologia e médicos radiologistas foram informados e lembrados dos riscos”, explica a médica, acrescentando que sua equipe desenvolveu uma carteirinha de radioproteção que será entregue ao paciente.

Nela, os procedimentos realizados e suas respectivas datas deverão ser anotados e o paciente terá de levar esta carteirinha a consultas. Assim, o médico terá acesso às imagens no banco de dados do prontuário do paciente no hospital e, em breve, também poderá acessá-las no consultório.

De acordo com a especialista, todos devem ter consciência de que a exposição radiológica não é uma simples fotografia. Muitas vezes, pais e pacientes em geral se sentem mais seguros com a visualização das imagens e pressionam os médicos.

“Precisamos mudar a cultura. O Colégio Americano de Radiologia está estimulando os pacientes a questionarem os médicos sobre o benefício do exame para cada caso e a utilização de métodos alternativos, como ultrassom, sem radiação ionizante”, afirma Monica, aconselhando os pacientes a guardarem suas radiografias ou tomografias consigo como histórico para evitar possíveis repetições.

*Radiação natural: radiações da natureza, que podem ser de origem solar (infravermelha e ultravioleta) ou cósmica.